domingo, 21 de outubro de 2012

Exposição à Radiação Ultravioleta


Olá....hoje nosso blog abre suas linhas para o meu amigo pessoal, Dr. Reynaldo José Sant'Anna Pereira de Souza, oncologista pediátrico do Hospital do Câncer de Franca e um dos responsáveis pelo Programa Sol Amigo, com orientações e informações sobre a exposição aos raios ultravioleta. Contatos com Dr. Reynaldo através do www.solamigo.org


Todas as pessoas, independente de raça e etnia, estão expostas à radiação ultravioleta (UV) do Sol. Pequenas quantidades de radiação UV são benéficas para a saúde. Entretanto, a exposição excessiva pode ser extremamente perigosa e está associada ao aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças que podem ter consequências graves à nossa saúde.



CÂNCER DE PELE
      A radiação UV causa alterações genéticas nas células da pele, que com o tempo levam ao desenvolvimento docâncer de pele. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 2 milhões de casos de carcinomasespinocelulares (CEC) e carcinomasbasocelulares (CBC) e 200 mil casos de melanoma ocorram no mundo a cada ano. Destes, cerca de 50% a 90% dos casos de melanoma e CBC e, 50% a 70% dos casos de CEC de pele e dos olhos seriam causados pela radiação UV.

QUEIMADURA SOLAR
     O resultado mais óbvio da exposição excessiva à radiação UV é a queimadura solar que pode ser severa e formar bolha. A ocorrência de 5 ou mais queimaduras solares durante a infância duplicam o risco de desenvolvimento do câncer de pele na vida adulta.

ENVELHECIMENTO PRECOCE
     A exposição excessiva ao Sol causa modificações na textura da pele, que perde sua elasticidade e enruga, adquirindo uma aparência dura e inflexível, semelhante ao couro. A isto chamamos de fotoenvelhecimento. Cerca de 90% das modificações visíveis da pele, comumente atribuídas ao envelhecimento são causadas pela exposição ao Sol. O Sol pode causar ainda a descoloração da pele, o aparecimento de sinais (manchas marrons) e, a queratose actínica (solar), lesões escamosas, com crostas, que não cicatrizam e podem se transformar em câncer de pele.

LESÕES OCULARES
     A exposição excessiva à radiação UV pode causar queimadura e inflamação dos tecidos superficiais dos olhos. A exposição crônica pode aumentar, também, a incidência de catarata(opacificação gradativa das lentes dos olhos) que leva à cegueira cerca de 20 milhões de pessoas a cada ano, no mundo, sendo 20% dos casos relacionados ao Sol; pterígio(crescimento de um tecido opaco sobre a superfície do olho) sendo 40% a 70% dos casos relacionados ao Sol; degeneraçãomacular, leva à perda da capacidade de ver os detalhes dos objetos, impedindo a pessoa de reconhecer rostos, dirigirem, lerem, etc.

SUPRESSÃO IMUNOLÓGICA
     A exposição excessiva ao Sol suprime o nosso sistema de defesa deixando o corpo mais vulnerável às infecções virais, bacterianas, parasitológicas e fúngicas. Além disto, pode ocorrer uma resposta inadequada às vacinas recebidas.

     Com o objetivo de ensinar as crianças em idade escolar e seus familiares a se protegem adequadamente da exposição excessiva ao Sol e consequentemente, dos efeitos nocivos da radiação UV foi desenvolvido o Programa Sol Amigo, um programa escolar de educação continuada em saúde.
     Através de uma abordagem de ensino interdisciplinar, a ser desenvolvido durante toda a vida escolar do aluno, o Programa Sol Amigo procura não só transmitir conhecimento sobre a radiação UV emitida pelo Sol, mas também fazer com que os alunos desenvolvam habilidades e atitudes de proteção contra o Sol, de forma sustentada. O Programa Sol Amigo procura ainda encorajar as escolas a proverem a seus alunos um ambiente seguro, com relação ao Sol, e a desenvolverem práticas que promovam a diminuição da exposição deles ao Sol, além de buscar junto à comunidade parceiros que possam atuar como agentes multiplicadores da informação.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Leucemia Linfóide Aguda - Tratamento

Boa tarde...como já foi comentado, a LLA é a leucemia mais comum na infância. E tambem, infelizmente, a que tem o tratamento mais longo entre as neoplasias pediátricas. Em média, todo ciclo de quimioterapia (QT) atinge 2 anos e meio, porém este tempo não é exato. Desde o início, a quimioterapia pode produzir grandes anemias (que requerem transfusões de sangue repetitivas), leucopenias próximas de zero (que exigem aplicação de medicamentos estimulantes de neutrófilos, porém mesmo com eles é comum as infecções de repetição sem foco determinado, que atrasam o próximo ciclo) e plaquetopenias extremas que levam a hemorragias de alto risco ao paciente. Cada vez que um paciente em QT é internado ou toma medicações para estas complicações, o ciclo para e só é reiniciado quando ele estiver parcialmente recuperado. Os efeitos colaterais da QT são amplamente conhecidos, como vômitos incoercíveis e interferência no crescimento das células que se reproduzem constantemente (por isto a pan-citopenia no sangue e a queda de cabelos); algumas drogas ainda tem efeitos localizados, como a toxicidade cardíaca ou renal. Além da QT endovenosa, também é usada a QT intra-tecal (aplicada via medula espinhal, como uma anestesia em gestantes ou a coleta do exame de meningite). Isto acontece porque o corpo humano tem dois santuários (locais onde a QT venosa não chega): cérebro e testículos. A QT intra-tecal visa tratar (ou proteger) o cérebro, enquanto não há tratamento conhecido para a invasão leucêmica nas gônadas masculinas. Um abraço a  todos, Dr. Luís Cláudio.