quinta-feira, 12 de julho de 2012

Leucemia Linfóide Aguda

Em continuação ao post de 04 de junho, falaremos hoje sobre a forma mais frequente de leucemia entre as crianças, a LLA (Leucemia Linfóide Aguda). Conforme já foi dito, apesar de representar uma doença de extrema gravidade, vem obtendo altos índices de cura, especialmente entre o sub-tipo baixo risco; esta clasificação avalia critérios como idade, número de leucócitos ao diagnóstico e imunocitoquímica do blasto patológico (como exemplo, idade acima de 10 anos ou hemograma inicial com mais de 50.000 leucócitos representam uma LLA de alto risco). Os sintomas decorrentes de uma LLA estão associados às alterações medulares e consequentemente às alterações provocadas no hemograma. A expansão de um clone doente dentro da medula pode diminuir ou até inibir a produção de células normais: a queda de glóbulos vermelhos PODE levar a anemia, a queda de glóbulos brancos normais PODE levar a imunodepressão e consequentes infecções oportunistas, com febre, e a queda das plaquetas PODE levar a déficit da coagulação, com hemorragias e hematomas. Veja que nenhum sintoma é obrigatório no diagnóstico da LLA, assim como estes sintomas isolados não representam a certeza de uma leucemia. Um paciente apenas com anemia, terá provavelmente somente uma anemia; a certeza, porém, deste diagnóstico, necessitará do hemograma. E o que procuramos nele? O hemograma da LLA não necessita ter anemia, neutropenia ou plaquetopenia, mas sim apenas a neutropenia (que é a diminuição dos neutrófilos), pois como há produção aumentada de blastos linfóides é comum a contagem de leucócitos estar normal ou até elevada. Em alguns casos, não há alteração quantitativa nenhuma, mas o contador automático indica grande quantidade de linfócitos atípicos (que podem ser blastos leucêmicos). Vejam então que não há nenhuma garantia que uma ou mais destas alterações sejam certeza de uma LLA. Somente a investigação dirá o verdadeiro diagóstico. Por hoje é só, até a próxima.